Salve meus irmãos de fé! Mais uma vez estou aqui para responder uma das perguntas que mais recebemos no templo: Preciso estudar para ser umbandista? Se a Umbanda é a prática da caridade, não seria melhor aprender com os guias no dia a dia de terreiro? Vamos falar sobre isso!
Toda vez que lanço um curso sobre Umbanda recebo algumas críticas de dentro para fora, ou seja, dos próprios umbandistas alegando que não deveriam existir cursos sobre Umbanda. Estes umbandistas dizem que o sagrado se aprende dentro do templo, se aprende vendo os guias… Também argumentam sobre os valores cobrados, afinal que templo é este que cobra para passar conhecimento?
Hoje farei este texto exclusivamente para vocês, meus irmãos que ainda não entenderam o motivo de haver tantos cursos e também por eles serem cobrados.
Vamos voltar no tempo, ok? 50, 60 anos atrás.
Como era a Umbanda nessa época? Como era a formação mediúnica nessa época? Como era a formação sacerdotal nessa época?
Aproveito para indicar mais uma vez o vídeo sobre desenvolvimento mediúnico. Vejam como é estruturado a nossa maneira de lapidar a mediunidade daqueles que chegam à nossa religião: https://www.youtube.com/watch?v=gOP0Q97U-U0
A Umbanda nesta época era pé no chão, todos aprendiam os fundamentos de trabalho gradualmente, muitos levavam 5, 7, até 10 anos para desenvolver plenamente a sua mediunidade, não haviam muitos livros para estudo, o conhecimento dos trabalhos eram parcialmente explicados pelos guias de acordo com as dúvidas que iam surgindo, o misticismo tomava conta da Umbanda, fundamentos de outras religiões eram inseridas na ritualística, enfim, tudo tinha uma sistemática limitada ao preparado dos dirigentes espirituais.
Os médiuns iam para a corrente, vestir o branco, sem um estudo prévio. Muitos não entendiam o que estavam fazendo. Qual o motivo de bater cabeça? Para que servem as velas, firmezas e oferendas? Exu faz o bem e faz o mal? Muitas dúvidas e poucas pessoas esclarecidas para explicar sem o famoso clichê: “Ainda não é a hora de você saber isso, meu filho” ou “Seu guia sabe de tudo isso, você não precisa saber”.
Resultado disso: Médiuns com 20, 30 anos de Umbanda sem saber de muitos dos fundamentos umbandistas.
O estudo é essencial em qualquer área, não só na religiosa. Você é um bom médico se estudar muito para tal, você é um bom advogado se estudar muito para tal, você é um bom médium se estudar muito para tal. Não é só uma questão de dom mediúnico. Não é só nascer com essa capacidade, mas é preciso lapidar e fazer parte do processo. Entender tudo ao seu redor, absorvendo no seu espírito todo o aprendizado.
Aproveito para indicar um ótimo texto que divulguei há alguns meses sobre o desenvolvimento mediúnico: https://www.teussp.com.br/desenvolvimento-mediunico/
Bom, as coisas mudaram, a forma de trabalhar da espiritualidade mudou e a Umbanda mudou… para melhor!
Hoje os guias não “tomam” seus médiuns, eles nos trazem para junto do processo mediúnico para que possamos interagir positivamente. Para que possamos participar, aprender, observar, agregar ao nosso espírito toda essa maravilhosa via evolutiva que é a Umbanda.
Hoje a espiritualidade é muito mais direcionadora e orientadora do que antes. Hoje o caboclo quer que você estude sobre ervas, quer que você entenda sobre o axé vegetal para que possa auxiliá-lo no dia a dia, desincorporado, ajudando pessoas.
Hoje o exu quer que você conheça sobre os seus elementos, sobre padê, sobre ervas quentes, sobre o uso magístico de punhais, tridentes, pedras etc. Tudo isso para que você ajude pessoas sem estar incorporado dele.
Além disso, ao adquirir este conhecimento, você também amplia a ação do seu guia, pois o seu mental estará aberto ao uso de uma diversidade grande de elementos. Não vai bloquear algo que chega até você, como por exemplo: Fazer uma oferenda de corte de magia no cemitério, tomar um banho de dandá da costa da cabeça ao pés etc. Antes o médium tinha dogmas, engessamento doutrinário.
Falei ali sobre o dandá da costa por exemplo, muitos vão falar que esta erva não vai à cabeça. Mas nem sabem o motivo de falarem isso. Apenas vão replicando o que aprenderam…
Entender o motivo das coisas serem de uma forma ou de outra é a base de qualquer desenvolvimento mediúnico.
Já falei isso centenas de vezes em lives: Guia de Umbanda não incorpora em ninguém para dar aula. Incorpora para atender pessoas, orientá-las e esclarecê-las sobre os seus problemas e dificuldades. Se você espera aprender sobre ervas, pedras, toalhas, fitas, frutas, oferendas, firmezas, corte de magia, trabalho para saúde com os guias durante os atendimentos, prepare-se para um desenvolvimento de 10 anos ou mais.
Tem hora para tudo! E ensinar não é a prioridade nas giras.
Os cursos têm mostrado a nós da Umbanda Sagrada que o aprendizado é exponencial. Um médium que estuda e se dedica nos cursos de formação se torna um excelente médium de Umbanda. Basta lapidar o interno, a famosa reforma íntima.
O aprendizado nos cursos acelera o desenvolvimento de forma positiva, pois vai direcionando de forma específica o médium. Hoje aprenderemos sobre ervas, o médium vai se aprofundar no assunto. Hoje aprenderemos sobre pedras e novamente o médium vai se aprofundar e entender os fatores de cada pedra. Hoje falaremos sobre Oxum, e vai novamente o médium navegar nos fundamentos dessa Orixá…. Não ficar somente na superficialidade. Hoje o médium que sai do desenvolvimento do TEUSSP já sai sabendo: Comida de Santo, Oferendas diversas, Firmezas, Trabalhos para Saúde, Prosperidade, Corte de Magia etc. Sabe sobre todos os Orixás, sabe sobre todas as linhas de trabalho.
Como se faz uma oferenda para baiano? O médium sabe e faz sozinho, por exemplo, a comida do seu baiano.
Como se faz um corte de magia na força do Pai Omolu? O médium aprende a fazer sozinho os procedimentos.
Isso é assunto basilar! Não é assunto de sacerdócio não!
O médium precisa ter independência! Autonomia Espiritual!
Por isso, hoje, no TEUSSP, não temos problemas espirituais com os médiuns da corrente. Todos sabem se virar! Imagina se eu fosse centralizar tudo e tentar resolver o problema de cada um? Não teria tempo de escrever aqui para vocês, por exemplo.
Na Umbanda Sagrada temos cursos de ervas, pedras, oferendas, exu, pombagira, desobsessão, linhas de trabalho, tudo quanto é assunto é possível aprender num período determinado!
Bruno, isso é certo? E ainda mais pagando?
Hoje vejo a Umbanda avançar, crescer de forma consistente. Sou um entusiasta dessa religião!
Fico feliz de ver meus alunos fazendo suas firmezas, melhorando suas vidas, crescendo espiritualmente por si mesmos. Eu não faço nada por eles! Eles que aprendem e colocam a mão na massa. Sem medo de errar!
Então, se isso é certo? Eu digo com todas as letras: SIM, CERTÍSSIMO!
Se alguém se mostra melhor hoje do que foi há meses atrás eu me sinto recompensado.
Já digo uma coisa, se depender de mim eu estarei sempre ensinando os médiuns a se virarem sozinhos. Se os sacerdotes deles concordam ou não com isso, aí é um assunto que deve ser tratado entre o médium e os seus pais espirituais.
Sobre a cobrança, nunca vi criticarem o meu espaço por ser limpinho, cheiroso, ter água geladinha para beber, ter boas cadeiras, banheiro irretocável, pessoas extremamente preparadas para atendê-las, palestras gratuitas semanais, vídeos gratuitos sobre os fundamentos da religião, etc.
Para tudo isso acontecer precisa de dinheiro. Para o sacerdote parar tudo e realizar estas atividades precisa ter dinheiro para viver, para o sacerdote ter cabeça para te ouvir e direcionar tratamentos precisa ter uma qualidade de vida razoável. Sem falar nas diversas pessoas que dependem financeiramente do templo, como funcionários, fornecedores, professores parceiros etc.
Já vi muito terreiro ter suas atividades limitadas por causa de dinheiro. O problema não é gerar os recursos e sim gerir eles.
Sobre doações, não existem no âmbito da Umbanda. Me desculpem, sobre isso não posso nem escrever muito, não vejo acontecer… Se não fosse a capacidade de adquirir recursos por cursos e vendas da lojinha não seria possível todo esse trabalho do TEUSSP (trabalho amplo e não meramente local).
Voltando ao assunto proposto: Preciso estudar para ser umbandista? A resposta é simples → SIM! Precisa e muito!
Eu sempre fiz cursos, aliás, sou aluno de vários que são oferecidos pelo TEUSSP como: Curimba, Magia Divina, Reiki, Karuna, Baralho Cigano etc.
Se eu faço os cursos, porque seria contra? Devo o meu conhecimento a todos os meus queridos mestres e mestras que me passaram tantos saberes nesses anos… Sem o estudo jamais estaria apto a fazer o que faço, mesmo tendo missão sacerdotal.
A missão não me prepara, só indica o caminho a seguir. Se você é médium, precisa estudar! Se quiser ser sacerdote de Umbanda, prepare-se! Vai estudar muuuuuuuito.
Bruno, não gosto de estudar e creio que aprendemos tudo com os guias. Minha resposta para você é: Eu lamento demais, pois a renovação da Umbanda é por causa de pessoas como você.
Hoje alguns médiuns com 20/30 anos de Umbanda chegam ao TEUSSP se dizendo super experientes. Eu como sempre respeito, mas não me nego a perguntar – Você conhece as propriedades da Calêndula? da Artemísia? da Pata de Vaca? da Pedra Fluorita? do Citrino? da Malaquita? da Howlita? Você sabe consagrar uma pedra, sabe desmanchar um feitiço? Conhece os fundamentos do Pai Oxumaré? Conhece os fundamentos da Mãe Obá?
Orixás do Candomblé? Tem certeza?
Enfim, após uma longa conversa acabo ganhando novos alunos que descobrem pouco saber, apesar da looooooonga experiência.
Sabe porque fiz este texto? Para você que sente o chamado para o estudo, mas continua preso ao dogma ou ao ensinamento passado de que tudo na Umbanda precisa ser de graça. De que curso na Umbanda é errado.
Caso mude de idéia estarei aqui para te receber… Sempre estarei aqui por você!
