Umbanda

O medo do compromisso na Umbanda

Salve meus irmãos de fé! Hoje falaremos sobre um assunto importante para aqueles que estão chegando em nossos templos umbandistas: O medo do compromisso na Umbanda.

Este é um assunto que deve ser tratado de forma ampla, pois cai naqueles casos de mitos, folclore, fantasias, misticismos e principalmente medo, que infelizmente muitos sacerdotes incutem nos médiuns recém-chegados ao terreiro: o medo referente ao compromisso com a religião.

Como entrei num tema polêmico, falarei de forma simples e vocês leitores poderão tirar suas conclusões.

De um lado temos uma religião coletiva, em que cada parte do Todo faz falta e é importante. Deste lado, vemos os sacerdotes se esforçarem ao máximo para passar a imagem de que a Umbanda é uma religião de compromisso, de dedicação quase que exclusiva e vivência constante com a espiritualidade.

Não estão errados quando dizem que a Umbanda precisa de médiuns dedicados, afinal uma conexão razoavelmente equilibrada com Guias e Orixás depende de uma lapidação constante do medianeiro (hábitos saudáveis, senso ético apurado, boa convivência com seus irmãos etc).

Por outro lado, deixamos de receber inúmeras pessoas na nossa religião, pois ficamos com a imagem de que para ser médium é necessário “doação” exclusiva à religião… Deixando de lado profissão, família, amigos, festas etc.

Não estamos falando de excessos aqui, ok? Apenas acompanhem o raciocínio.

Muitas pessoas não querem entrar para um templo ou entendem que não é a hora para tal porque imaginam que terão que abdicar de tudo o que gostam para seguir na religião.

Eu vejo isso desde jovem, criança na verdade, e também tinha esse pensamento anos atrás. Nossos mais velhos de certa forma nos orientavam assim… “Venha quando puder estar de corpo e alma!”.

O fato é que uma religião precisa de um corpo vivo e ativo equilibrado. Vocês acham razoável uma pessoa estar em desequilíbrio na sua casa, no lado financeiro, no amor, e doar todo o seu ser para a Umbanda? Pessoalmente acho estranha essa relação!

Inclusive, indico um texto meu sobre desenvolvimento mediúnico onde falei da importância da preparação sistemática, organizada e sem a pressão de ser perfeito ou não errar:

https://www.teussp.com.br/desenvolvimento-mediunico/

A Umbanda é para ser uma via evolutiva do ser humano, leve, prazerosa, uma parte do ser e não todo o ser. Aquele lance de “eu sou a Umbanda”, entendo, concordo em parte, mas precisamos interpretar.

Você precisa fazer o que te faz feliz, não por obrigação, ou por compromisso… Aliás, compromisso já tomou uma forma pejorativa, se tornou algo que fazemos sem prazer. Deveria ser o contrário! Me comprometer com o que amo…

Aonde quero chegar?

Umbandistas, vamos viver… Tenham suas reuniões familiares, curtam boas companhias, festas, confraternizações, vão ao parque, praia, tenham bons papos, pratiquem esporte, trabalhem com aquilo que gostam, sejam bons profissionais, mas também vivam a umbanda.

A Umbanda é uma parte da sua vida! Medite, Faça suas firmezas, mas não fique fanático!

Hoje existem muitos umbandistas vivendo um sacerdócio… Se fizer com prazer, ok! Mas não precisa, entendeu a questão?

Você que trabalha muito, você que tem pouco tempo para se divertir, você que tem medo da Umbanda pelo compromisso: Fique tranquilo (a)! A Umbanda não exige nada de você além daquilo que você pode dar.

Tem um dia na semana? Ótimo, suficiente. Tem 2 dias? Nesses 2 dias tirou um tempo para a família, para cuidar da saúde, para relaxar? Sim? Ótimo, então pode ir para o templo e ajudar no necessário! Não? Prefiro que você seja equilibrado e não venha para o templo que dirijo, pode vir uma única vez!

Sabe o que quero passar aqui nesse texto? A leveza de ser umbandista que sinto… Hoje vivo a Umbanda, sou Umbanda e faço Umbanda quase que toda hora (exceto momentos de lazer, trabalho profissional, academia, bate papos com amigos etc), mas isso foi algo gradual, não um compromisso… Não acordei hoje, abri os olhos e falei: “Viverei Umbanda todos os dias e horas da minha vida!”.

Estava refletindo sobre essa questão hoje e vi que o rótulo de compromisso mais afasta do que trás as pessoas para a fé e para a Umbanda em si.

Você que se sentiu afinizado pela Umbanda, seja bem-vindo, venha sem medo e aproveite! Se vier estudar ou futuramente ser um membro da minha corrente, eu só peço uma coisa: Seja feliz! Leveza de espírito e alegria de viver é a prosperidade que muitas almejam, mas não conseguem alcançar por não saberem o que é.

Perca o medo do compromisso na Umbanda!

Meu saravá fraterno a todos!

Ah, quase esqueci! Tem algum irmão de fé que deseja conhecer a Umbanda Sagrada por amor e não pela dor? peça para ele ver este vídeo:

Axé!

Bruno Amorim

Médium de família umbandista, estudioso da Umbanda Sagrada, mago dirigente do Colégio de Magia SOL e ministrante dos cursos de Desenvolvimento Mediúnico, Magia Divina e demais cursos livres da religião de Umbanda. Formado em Economia pela UFRJ, estudou Teologia de Umbanda Sagrada com Alexandre Cumino em 2016 e se formou Sacerdote de Umbanda Sagrada em 2019 com o dirigente e sacerdote da Casa do Pai Benedito, Cláudio Ricomini. Iniciado em 27 graus da Magia Divina, sendo mago iniciador deste 2019 de diversos graus da Magia Divina no Rio de Janeiro.

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