Salve meus irmãos de fé!
Hoje falaremos da grande importância que o desenvolvimento mediúnico tem na consolidação da Umbanda como uma religião de assistência espiritual.
A base da nossa religião é a seguinte: Guias incorporados em seus médiuns orientando pessoas que precisam de ajuda, não é isso? Pois bem, se a “caridade espiritual” é o polo central das manifestações mediúnicas temos que saber o seguinte: Como tornar essas manifestações as mais fidedignas possível?
Quando falo “fidedigno”, quero dizer que há algo que o médium precisa fazer para contribuir para a manifestação. Há algo que o médium pode e deve fazer para que o guia consiga colocar em prática todo o seu potencial mental e energético.
Esse “algo” é o mental do médium e todo o seu conhecimento adquirido a partir de estudos teóricos e práticas umbandistas. Esse “algo” é gradualmente construído a partir de um bom desenvolvimento mediúnico.
Sugiro aos irmãos umbandistas o vídeo abaixo sobre incorporação e suas dificuldades. Falei numa live sobre o processo de desenvolvimento e por isso complemento com este texto as ideias postas no vídeo:
Voltando ao assunto, Pai Rubens Saraceni nos trouxe um modelo de doutrina umbandista muito importante: A figura dos Templos-Escolas!
Vejam o que ele diz sobre isso:
“Desenvolver a mediunidade não significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas, sim, habilitar alguém a assumir conscientemente o Dom com o qual foi ungido. Ao contrário do que apregoam, mediunidade não é punição, e sim benção divina, concedida ao espírito no momento em que encarna”
Entenderam a nossa forma de encarar a mediunidade? Agora falarei a minha posição:
Entendo que o médium bem desenvolvido é um Templo Vivo da nossa religião e ao estar bem preparado será o manifestador humano das qualidades, energias e mistérios dos Orixás. Onde quer que esteja o médium, lá estará a Umbanda, pois a Umbanda se manifesta através do seu corpo vivo que somos nós.
Isso aprendi com Pai Rubens Saraceni, com Pai Alexandre Cumino e pessoalmente ouvi várias vezes Pai Cláudio Ricomini falar sobre a importância de termos um dia em separado apenas para o desenvolvimento mediúnico.
A incorporação é um trabalho em conjunto e precisa ser bem lapidada!
Certa vez, um médium em desenvolvimento me perguntou: “Sou eu ou é o guia?”, prontamente respondi: “Não é nenhum dos dois! Seus valores, seu conhecimento, você em si mistura-se com os valores do guia, com o conhecimento do guia e forma um terceiro elemento. Como o hidrogênio que se liga ao oxigênio para formar a água. Você é o Hidrogênio, o guia o Oxigênio e a incorporação é a Água”.
O desenvolvimento mediúnico é o período de entender essa mistura, entender que é esse terceiro elemento que está nascendo!
Durante o desenvolvimento, além de treinar o ato da incorporação, o médium também vai se lapidando, se sintonizando com a sua família espiritual. É a fase das apresentações e do convívio harmonioso com alguém que você não via sempre, mas que dali em diante será próximo, amigo, fiel e companheiro.
Erros e falhas acontecem, aliás, devem acontecer! O sacerdote não deve julgar nem ferir o seu médium com imposições e deveres esdrúxulos. O médium novo deve ter total atenção, pois o templo vivo não nasce pronto! Precisa preparar!
Espero que com este texto, muitos médiuns e sacerdotes possam tirar o peso de suas costas e encarar o fase do desenvolvimento como um ato de despertar.
Já dizia o ditado: “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”. O desenvolvimento mediúnico é dotar aquele que quer, que se dedica realmente, de dois olhos. Um olho que enxerga as necessidades deste mundo e o outro que vê o sagrado a partir do espelho da alma.
Não esqueçam de ler a nossa matéria sobre a Umbanda, ok?
Axé! Saravá! Mojubá!