A palavra CURIMBA é muito ouvida dentro de qualquer terreiro, mas o que ela representa de fato? Qual a importância da Curimba na Umbanda?
Quem nunca ficou extasiado só em ouvir as canções melódicas, o som dos Atabaques, o sentir das vibrações que emana no ambiente ao tocar e ao cantar dos curimbeiros? É algo que realmente encanta todos os umbandistas e a todos que buscam na Umbanda uma forma de entrar em contato, de se religar a Deus.
A Umbanda é uma religião cantada, é através do canto que alcançamos o Sagrado, que nos conectamos com Deus. Não foi à toa que na primeira manifestação do Pai Antônio, o Preto Velho do Pai Zélio Fernandino de Moraes, ele já trouxe este fundamento para nós.
Curimba é a nomenclatura dada ao grupo responsável pelos cantos e os toques sagrados dentro de um terreiro de Umbanda, mas não é só isso…
A sonoridade da gira movimenta toda a energia do terreiro e através de cada um dos atabaques transmitem, na coletividade, a vibração energética da gira. A curimba não é o atabaque e sim, as pessoas!
Alguns terreiros não tem atabaques, nem chocalhos ou outros instrumentos musicais, mas todo terreiro tem uma curimba. A curimba vai muito além de um título, de um local onde estão os atabaques e os curimbeiros. A curimba é uma função que agrega a todos e em todos. É a voz que emana louvor ao Sagrado, que clama pela vida, que anseia pela presença viva e Divina dos Guias e Orixás.
Aproveito para indicar uma excelente leitura: https://madras.com.br/almanaque-de-toques-umbandista
No livro “Almanaque de toques umbandistas”, Ed. Madras, Severino Sena, podemos aprender os diversos tipos de toques da Curimba na Umbanda.
Bom, voltando…
Os pontos cantados são verdadeiras orações, orações que podemos determinar como grandiosos poderes de magia espiritualista, e tem um enorme poder de realização, pois é um fundamento extremamente sagrado e divino.
Nas giras, se conduzido de forma correta, as ondas energéticas sonoras emitidas pela curimba vão tomando todo o espaço do terreiro, desvencilhando, desligando e desprendendo as energias negativas ligadas às pessoas que ali estão, criando um ambiente favorável energeticamente, tanto para o trabalho dos Guias quanto para a receptividade interior do consulente.
Ali, a curimba se transforma em um ponto irradiador, potencializando e ajudando a manter a energia dos Guias que ali estão trabalhando.
A curimba é um ponto de Ordem, é através dos pontos cantados que os Guias se direcionam para a incorporação, para a subida, para as saudações. Em cada ponto cantado o seu respectivo Guia/Orixá manifesta a sua energia irradiando para todos ali presentes.
Mesmo com todas essas formas de se ver a curimba, ela não é a fonte que traz os Guias ao plano físico, eles já estão no plano físico/espiritual antes da Gira começar. A curimba é o que auxilia na manutenção dessa energia, a sustentadora dessa manifestação. O que nos conecta com os Guias é nossa mente, nosso pensamento positivo que vibra a energia que atrai o Guia.
Por mais que a mediunidade de incorporação seja uma das mais comuns, nem sempre é fácil e é ai que a curimba se torna fundamental pois as ondas sonoras afetam a rotação dos Chacras, tais como coronário, frontal e base a fim de mexer com a estrutura espiritual da pessoas. Os cantos atuam nos chacras superiores: o cardíaco, laríngeo e frontal ativando-os e melhorando a sintonia com a espiritualidade. Já os atabaques atuam nos chacras inferiores.
A curimba é a facilitação da conexão entre Médium/Guia.
A energia do Orixá/Entidade chamada é captada pelos assentamentos e direcionada para o Sacerdote, onde é concentrada e depois lançada para os atabaques, onde é modulada e distribuída para os médiuns e consulentes.
A Umbanda tem uma variedade de toques para a louvação e todas outras necessidades, as conhecidas são as que se seguem: Nagô, Ijexá, Congo, Cabula e Barravento, dentre essas ainda temos outras que se tornam variações das primeiras citadas, como Congo de Ouro, Samba de caboclo, Samba de Angola etc.
A cada toque, em conjunto do ponto cantado, traz uma energia e uma história diferente.
Por exemplo, o Ijexá é um ritmo oriundo da cidade de Ilexá, na Nigéria e foi levado para a Bahia pelo enorme contingente de iorubás escravizados.
É também conhecido como o toque da Orixá Oxum, a cadência do toque traz a sensação de acolhimento, de tranquilidade, já o Barravento é conhecido como o toque da Orixá Iansã, trazendo o movimento e a energia.
Em resumo, a Curimba na Umbanda é o coração do terreiro! Por isso sempre incentivamos o estudo dos pontos cantados e o aprendizado do toque de atabaque. Na Umbanda, todos podem ser curimbeiros, mas nem todos são ogans. Homens e Mulheres podem aprender a tocar atabaque, sem distinção!
Nossas aulas de curimba, de atabaque, de musicalidade na Umbanda, são sempre aos sábados. Caso sinta vontade de aprender conosco, envie uma mensagem no nosso whatsapp clicando neste link: https://wa.me/message/EGLJJTRRD4R3P1 ou entre na parte de cursos clicando aqui: https://www.teussp.com.br/cursos/
Axé!
Texto de Alyne Oliveira
Supervisão e Revisão: Bruno Amorim